terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Jogo de Ayiò

Jogo de Ayiò - bastane comum nos paises da Africa, em particular Nigéria


Esta semente também pertence a Odé - Osóòsí



sábado, 25 de dezembro de 2010

Adura Orì


Orì lo ri da eni esi oridaye Orisa lo npa ni i da on pa Orisani i da bi ishu on sun aiye ma pa te mi da Orì mi ma se Orì he he ki o ma gba bode.

Orì Nikon lo to alasan ba rokun bi mo ba lowo lowo Orì ni n o ro fun ire gbogbo ti mo ba ni laye Orì ni n o ro fun Orí mi, iwo ni.

Orí san mi. Orí san mi. Orí san igede. Orí san igede.

Orì otan san mi ki nni owo lowo. Orì tan san mi ki nbimo le mio.

Orì oto san mi ki nni aya. Orì oto san mi ki nkole mole.

Orí san mi o. Orí san mi o. Orí san mi o. Oloma ajiki, iwá ni mope.

Bí o bá maa lówó, Bééré lówó orí re. Bí o bá máa sòwò, Bééré lówó orí re w o.

Bí o bá máa kolé o, Bééré lówó orí re. Bí o bá máa láya o, Bééré lówó orí re wo.

Orí máse pekún dé. Lódò re ni mi mbò. Wá sayéè mi di rere.

Orí mi yé o, jà jà fun mi. Èdá mi yé o, jà jà fun mi. Ase.

Òtún awo Ègbá Òsì awo Ìbarà bí a kò bàfi òtún kí a fi òs ì we òsi ara kì ì mó

Dífá fún Awun tó nio rè é we orí olà l`òdò Àwé l`ówó, àwè ní ire gbogbo.

Orí pèlé, Atèté níran Atèté gbe ni kóòsà. Kò sóòsà tíí dá `níí gbè lèyín orí eni.

Orí pèlé, Orí àbíyè, eni orí bá gbeboo ré, kó yo sèsè.

Ya ki nya, ya ki nya, ya ki nya lóro.

Òdàrà Ya we `se, ya we `se l`óro.

Ódàrà ya we `se, ya we `se l`oro.

Ódàrà ya we `se, ya we `se l`oro.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

EPO, A FILHA DE OLOTA ODO

 
 
Os problemas de um lar
Não são tão grandes quanto os de um bosque.
Os problemas do bosque
Não concernem àquele que está dentro de sua própria casa.
A adivinhação por Ifa foi feita para Olota Odo
O sacerdote lhe disse para dar a princesa em casamento ao sacerdote de Ifa.
O rei Olota Odo era famoso e rico, pois costumava enviar seus guerreiros à guerra e
ficar com todo o saque. Entre os poderosos guerreiros que foram à guerra pelo rei Olota
Odo estavam: Asan eegun mo juku, o grande guerreiro de Olota Odo, Apa-nkeke ija
mose, Afi Omori odo run ona ofun gbun-run-gbun. Todos eles eram guerreiros do rei
Olota Odo.
Orunmila estava em Ootuife. O rei mandou buscá-lo para que Orunmila fizesse
predições e sacrifício para ele, de forma que sua vida ficasse tranqüila, estável e para
prolongar sua vida.
Orunmila fez os trabalhos e revelou ao rei Olota Odo que se ele quisesse realizar seus
desejos, uma de suas filhas, Princesa Epo, aquela de tez clara, teria que casar com um
Babalawo. Orunmila lhe indicou os ingredientes restantes para o sacrifício. O rei
concordou, sem saber que um de seus guerreiros já cortejava Epo. Quando o rei contou
sua intenção de presentear Epo a Ifa, como Orunmila havia instruído, o líder dos
guerreiros disse ao rei que quando a guerra batesse em sua porta, seria Orunmila
quem iria lutar por Olota Odo.
O rei explicou o Odu Ifa que caíra na consulta, mas o guerreiro não conseguia entender
isto e, por esta razão, o rei Olota Odo mudou de opinião, e Epo poderia casar com
qualquer um de seus guerreiros para evitar uma revolta no reino. Não demorou muito e
Orunmila partiu para uma cidade próxima para prosseguir com seu trabalho espiritual.
Epo crescera. Era uma mulher pronta para o casamento. Orunmila retornou a Ota para
visitar o rei Olota Odo. Foi recebido gentilmente como convidado especial e lhe foi dado
um quarto especial no palácio.
No dia seguinte aconteceu um acidente no rio. A princesa Epo tinha ido até o rio buscar
água. Um crocodilo estava quase a engolindo. Ela gritou, mas sozinha não pode se
livrar do crocodilo.
O rei enviou todos os seus guerreiros. Lançaram flechas contra o crocodilo, mas de nada adiantou. Então atiraram. Quando a munição acabou, estavam todos angustiados.
Então o rei se lembrou que Orunmila estava no palácio. Mandou chamá-lo e Orunmila
pediu-lhes para trazer um cão, óleo de palma e uma galinha. Ele fez o sacrifício: abriu
o peito do cão e ali dentro colocou os outros elementos do sacrifício. Pediu uma canoa
na qual levaria a oferenda para o rio. As margens do rio estavam cheias de pessoas
que vieram ver o incidente.
Quando Orunmila estava chegando perto do crocodilo, ele lançou encantamentos de
Ifá. Ele então mostrou o cachorro ao crocodilo. Quando este viu seu alimento predileto,
o crocodilo deixou a princesa cair na canoa em que Orunmila estava e pôs-se a comer
o cão. Orunmila então se regozijou cantando:
Iworo ota ewa woran oo
Iworo ota e wa woran
Ewa wo omo olota lomi
Ewa womo edu loke.
Todos os cidadãos de Ota venham e vejam
Habitantes de Ota venham e observem
Venham e vejam a filha de Ota no rio
Venham e vejam a descendência do edu antes de tudo.
Depois de um período de regozijo e dança, Orunmila apresentou a princesa Epo ao rei
Olota Odo e foi aí que o rei disse que esta deveria ser a razão pela qual Ifa tinha dito
que a jovem deveria casar-se com um sacerdote de Ifa. O incidente poderia não ter tido
solução se Orunmila não estivesse ali naquele dia. Epo poderia ter sido engolida pelo
crocodilo e, uma vez que Orunmila foi seu salvador, não havia razão para que ela não
se casasse com ele.
Desde então o rei Olota Odo não pôde recusar as instruções de Orunmila, porque ele é
o caminho e conhece o amanhã. Assim, qualquer mulher que Ifá escolher para casar
com um sacerdote, ela pode estar seguro de que é para sua segurança e proteção.
 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


No Itan Ifà abaixo vejo de forma clara uma referência ao nosso Opé(opuê), agradeciemnto aos nossos pais.
Quando despertamos pela manhã
Se encontrarmos uma boa pessoa no caminho
Isto nos inspira; dá-nos energia.
Se encontrarmos uma pessoa desprezível, isto nos deprime.
Somente uma pessoa boa é boa de encontrar.
As predições de Ifa foram feitas para Orunmila.
No dia em que ele se dirigiu à casa de Elesinoyan
Orunmila disse: Elesinoyam, o que você prefere:
Nome ou título?
Os títulos são passageiros
Só o nome persiste até o fim da vida de uma pessoa.
Igba cresce como Igba
Emi cresce como Emi.
É a mão pequena que se usa para pegar uma tartaruga.
As predições de Ifa foram feitas para Orunmila
No dia em que foi para a casa de Olooyayun.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

FELIZ KWANZAA !!!



Em 26 de dezembro, quando se iniciam os sete dias de comemoração do KWANZAA (o feriado pan-africano, que foi concebido para unir as pessoas de descendência africana de todos os lugares do mundo) nós, afro-descendentes e demais seguidores das Tradições Culturais de Matriz Africana, nos unimos para celebrar a Ancestralidade, a Família, a Comunidade, a Cultura, a Religiosidade, a Herança e os Elos que nos unem. Agradecendo as boas conquistas e exultando a bondade da vida.

Que Olodumare nos abençoe e nos permita um Ano Novo repleto de Vida, Saúde, União e Realizações.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Palavras do Senhor, graças a DEUS!!!!





O ritual é uma forma de comunicação que demonstra que aquilo que você acredita e tem valor. Todo ritual tem um custo, pode ser dedicação, disciplina, dinheiro, trabalho, tempo, etc. O ritual une as pessoas em torno dos valores que elas acreditam e compartilham. O consenso do grupo que acredita promove a união, o fortalecimento dos laços e valoriza ainda mais a fé.

O efeito colateral de um grupo unido pela fé é a dificuldade de aceitar os valores de outros grupos, pois já que se investe tanto nos nossos próprios valores, os “outros” passam a ter menos significado.

Por isso o termo companheiro traduz-se: “aquele que come o pão junto”, aquele que tem os mesmos valores que eu e já que o que comemos vai fazer parte de nós, nós seremos muito mais parecidos.

Abraço fraterno - Bábà Olúdàré

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Oyà - o vento em movimento




Os ventos nas folhas é Oyá.
Os raios no céu também é Oyá.
É Oyá a tempestade que cai de repente
A mãe que protege seus filhos. companheira inseparável. 
A amiga de todas as horas.
Oyá é inquieta, curiosa, sedutora, alegre, guerreira...
Uma mulher inigualável e, muitas vezes, incontrolável emocionalmente, pois, Ela defende o que é seu com a sua própria vida.
Oyá dar a vida por um filho seu.
 E por um grande amor, Ela vai até ao infinito em busca dele sem olhar para trás.
Ela é dona dos Eguns, dos bambuzais, da tarde e de tudo que tem vida.
Ela é a própria vida em movimento.
E como dança mesmo triste.
E se alegre, dança muito mais.
E se pensativa, alegra-se e entristece ao mesmo tempo, mas nunca pára de dançar.
E como dança essa mulher! Deusa dos movimentos, dos ventos e de tudo que há em mim. "Oyá, árvore de mim!" Senhora das minhas retinas, ilumina-me com os seus raios incandescentes.
Guia-me com os teus ventos certeiros.
Ampara-me com as tuas mãos quentes e acolhedoras.
Oh! grande mãe, escolha-me como filho preferido seu e dê-me os seus chifres para que a Senhora possa sempre me socorrer.
 Permita-me que eu seja digno de carregá-los e venha de onde estiver, com a sua espada e eruesim nas mãos, me proteger da morte precoce; dos inimigos silenciosos; de pragas; de atins poderosos e destruidores; além de quaisquer cocotabas.
Senhora, és tudo para mim.
 És minha mãe, mulher e irmã.
Meu orixá de orí. Tudo que eu tenho , agradeço a Ti.
Senhora dos raios, tempestades e vendavais.
 Senhora de tudo que há em mim! Êpahey Oyá Messã Orum!

Nosso destino




Muitas vezes criamos expectativas a respeito do nosso destino. O que você vai ser quando crescer? Essa é a pergunta mais comum e imaginamos desse ponto adiante, o médico, o advogado, o engenheiro e tantas outras profissões importantes que julgamos apropriadas para termos um futuro feliz e, conseqüentemente, melhorarmos o nosso destino. Orunmilá diz: “Se não conseguimos estabelecer um compromisso diário, de eliminarmos cuidadosamente nossos defeitos psicológicos, começando com as suas pequenas ramificações, não estaremos agregando nada de útil à nossa importante condição humana”.
 Os Odus são importantes auxiliares que, com o estudo do oráculo Merindilogun, apresentará caminhos importantes a serem seguidos, respaldados no compromisso universal: “a verdade prevalecerá”.
Com esse espírito de crença e fé na religião sagrada dos Orixás doada a nós por esses abnegados irmãos Negros.
Os caminhos dos Odus(nosso destino).

A DATA DE NASCIMENTO É UM ORÁCULO 

Nascer não é um acontecimento ao acaso, é um fato previsto. O Odu esta em conformidade com o nascimento, a sua ação só é possível  após esse fato. O Odu não é atemporal, existe para esse mundo no auxilio da humanidade. Existe por OLODUMARE para que cada um reconheça em si seus defeitos e qualidades.
Nessa oportunidade, na condição de nascido, podemos eliminar características psicológicas negativas, começando em suas pequenas ramificações a reconhece-las, assim o oráculo do nascimento se torna uma ferramenta imprescindível a contribuir com aqueles que leiam oráculos no auxílio dos seus consulentes. Orunmila diz no Odu Ogbe Meji: “OLODUMARE não derroga suas leis, ele conhece a cada um mesmo antes do dia previsto para o reinicio do destino”.


***TODAS AS VEZES QUE DESEJARMOS ALGO A MAIS EM NOSSAS VIDAS PODEMOS SEMPRE USAR ESSA PRECE.

ÒRÚNMÌLÀ BABA AGBONMIREGUN
OKURIN KEKERE OKE IGETI
ENTI O GBE AIYE TI O RI IPONJU TI O SI LO
SI OKE AGBARANSALA
LATI WE GBOGBO IPONJU RE NU ÒRÚNMÌLÀ
NI AJE NI O PON NI LOJU
ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WO ILEWA
ÒRÚNMÌLÀ NI AYA NI O PON NI LOJU
ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WOLE WA PELU AYA RERE
ÒRÚNMÌLÀ NI OMO NI PON NI LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WOLE WA PELU OMO ALAFIA ÒRÚNMÌLÀ NI AI ROJU AI RAYE LO PON ILU LOJU ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI ASI ILEKUN KI OLOJO RERE WOLE WA PELU ITURA ATI IFE SI ARIN ILU ÒRÚNMÌLÀ NI AI NI ORUNGBOGBO NO PON NI LOJU
ÒRUNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI ILEKUN KI OLOJO RERE WO LE WA PELU EKUN OHUN GBOGBO
ÒRÚNMÌLÀ NI AISA ATI ARUN NI BANI JA
ÒRÚNMÌLÀ PA LASE PE KI A SI LEKUN KI OLOJU RERE WO LE WA PELU ALAFIA BABA ORO
ÒRÚNMÌLÀ NI IJU NI KAN LEKUN ENI
ÒRÚNMÌLÀ NI EWE DIDIMONISAAYUN NI YO DI IKU NA
EWE DIDIMONISAAYUN NI YIO DI ARUN NA NI YIO DI OFO,
EGBA ESE NA EWE DIDIMONISAAYUN NI YIO DI GBOGBO AJOGUN NA
ÒRÚNMÌLÀ BABA, AGBONGIREGUN NI YIO GBE OHUN RERE KO NI ÀSÉ ÀSÉ

ÒRÚNMÌLÀ o dono de todas as sabedorias O pequeno homem da cidade de OKE IGETI Aquele que viveu na terra e passou por muitas dificuldades Aí foi para a montanha de AGBARANSALA Para se limpar de todas as sua necessidades ÒRÚNMÌLÀ diz que se é falta de lucros que nos perturba ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas Para que a dona da chuva da bondade possa entrar ÒRÚNMÌLÀ diz que se é falta de uma esposa que nos perturba ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas Para que a dona da chuva da bondade possa entrar com uma boa esposa ÒRÚNMÌLÀ diz que se é falta de um filho que nos perturba ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas Para que a dona da chuva da bondade possa entrar com um filho saudável ÒRÚNMÌLÀ diz que se é tumulto ou desordem que perturba a cidade ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas Para que a dona da chuva da bondade possa entrar com paz e amor na cidade ÒRÚNMÌLÀ diz que se estamos sentindo a falta de tudo ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas Para que a dona da chuva da bondade possa entrar com todas as bondades da vida ÒRÚNMÌLÀ diz que se é doença e epidemias que nos perturba, ÒRÚNMÌLÀ deu ordem para nós abrirmos nossas portas, Para que a dona da chuva de bondade possa entrar com saúde. o pai de todas as riquezas ÒRÚNMÌLÀ diz que se é a morte que bate na nossa porta ÒRÚNMÌLÀ diz que é a folha de DIDIMONISAAYUN Que vai ajudar a evitar a morte, A folha de DIDIMONISAAYUN Que vai ajudar a evitar todos os males, Que vai evitar todos os prejuízos, epidemias e acidentes na vida. A folha de DIDIMONISAAYUN Que vai evitar as ações negativas em nossas vidas. ÒRÚNMÌLÀ o dono de todas das sabedorias, Que vai levar até nós todas as bondades da vida.
 

sábado, 27 de novembro de 2010

Incensos



Incensos - Aromas Sagrados Para ativar ou purificar a energia de um ambiente de uma maneira simples e cheirosa, basta acender um incenso. Para fortificar essa ação, faça uma prece, um pedido e coloque a sua intenção positivamente. Há uma variedade de aromas que possuem significados e poderes diferentes. Para cada tipo de situação ou energia há uma fragância apropriada. Você também pode fazer a escolha intuitivamente. Por isso, vale a pena ter uma boa variedade de incensos. Ao acender um incenso, concentre-se, peça, medite, ouça uma música suave com sons de natureza ou um mantra ou fique em silêncio. A fumaça sagrada levará a sua intenção para o universo e você, sua casa, seu ambiente, seu trabalho, seu estudo, suas preces ou sua prática de meditação serão ainda mais auspiciosos e abençoados.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Iyáwò - Oração de um Omo Orísà


"Que a energia que habita em mim permita que eu mantenha sempre a cabeça baixa e os pés no chão, afim de manter a humildade. Que eu tenha sempre bons ouvidos, atentos para os ensinamentos daqueles que vieram antes de mim, meus orixás, meus ancestrais, meus mais velhos e fechados para o que não convém. Que eu possa ter o coração aberto para a experiência de ser omo orixá, mas principalmente a boca fechada, pra não levantar falso, não cometer injúria e não deixar que o sopro que sai de minha boca se contamine com palavras vãs.
Que meu ori mantenha esse compromisso todos os dias. Assim meu comportamento será digno de minha divindade e minhas ações respeitarão o deus vivo que há em mim."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

NESSE CANDOMBLÉ EU ACREDITO.

 

 

NESSE CANDOMBLÉ EU ACREDITO.  

 

O Candomblé que eu acredito é aquele construido por todos iniciados,

O Candomblé que eu acredito abomina a feitiçaria, o topa tudo por dinheiro,o materialismo desenfreado.

Tem no Órísà  o ínicio,o fim e o meio, é o último e único recurso.

O Candomblé que eu acredito é das velhas e negras senhoras, de fé inabalável e sabedoria que brota da raíz.

O Candomblé que eu acredito adora árvores,mar,cachoeiras,ventos,matos,fogo como Orísà. E tem na vida seu bem supremo.

O Candomblé que eu acredito é aquele aonde o rechilieu não suplanta valores humanos e não substitui a essência pela aparência.

O Candomblé que eu acredito resistiu a escravidão,ao porrete da policia,a marginalização e a demonização sempre imputada pela sociedade cristã.

O Candomblé que eu acredito se faz no dia a dia,não é modismo ou sulvenir,algo descartável que jogam fora quando algo dá errado,não é um show de extravagância,circo dos incaltos,mas um ritual hierarquico de celebração á vida dentro e fora de nós....Asè!!!


Enviado pela Egbon Fátima de Oyà

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Os Atabaques Chamam


Os atabaques chamam...
Desta vez não são os homens que os fazem soar,
São os próprios Deuses,
Que um dia viveram entre nós
Que estão a chamar...
Venham, nossos filhos!
É chegada a grande hora!
Mostrem aos seus irmãos
A grande lição que nós lhe ensinamos!
Venham, pobres e ricos,
Pequenos e grandes,
Velhos e novos,
A todos amamos!
Não temam mal nenhum,
Tirem o peso de seus corações,
Hoje é o tempo,
Agora é a hora,
Todos somos iguais,
Todas são nossas nações!
O Guardião irá na frente!
O Guardião dirá o caminho,
Onde se plantará a semente,
Ninguém nunca está sozinho!
Os atabaques chamam!


Enviado por: Egbon Fátima de Oyà

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dinheiro




Dinheiro

É esta uma das mais comuns observações e críticas que vejo ser
dirigida para a Religião dos Òrìsà, tendo como alvo direto o Babaláwo
ou o Bàbálòrìsà /Ìyálòrìsà, ou seja, a cobrança por parte do
Sacerdote e os pagamentos feitos pelos ritos que serão realizados.
Excluída todas as ressalvas que já foram exaustivamente feitas em
defesa desta prática sagrada, que é o pagamento para que sejam
ministrados os sacramentos que toda religião possui, e que não exclui
a Religião dos Òrìsà, devo tentar fazer lembrar alguns fatos que no
meu ver são de extrema relevância, tanto ao Sacerdote como ao Fiél ou Iniciado.
Quando alguém paga para a realização de algum rito dirigido aos Òrìsà, ele está :
Contribuindo para a continuidade da existência de um Templo Sagrados
dos Òrìsà, fato que gera condições para que a religião, onde sua fé
está depositada, continue a existir;
- Ajudando a custear a manutenção de um Sacerdote que dedica sua vida
a prestar serviços religiosos para o bem estar daqueles que o procuram;
- Colaborando para que o Sacerdote tenha tempo e condições de
praticar, estudar e aprender mais sobre sua própria Religião, e com
isso oferecer mais aos seus fiéis; e outros.
Se todas as citações acima são de suma importância, julgo que existe
outra ponderação mais importante, ou seja:
Quando um Fiél, ou um Iniciado, paga para que um ritual seja
presidido, ele está "gastando seu dinheiro", na maioria das vezes,
com sua própria Orí ou com seus próprios Orìsà.
Pode haver um dinheiro mais bem empregado do que este?
Parece-me que os pagantes se esquecem disso!
Mas ainda, não chegamos ao ápice da questão.
A grande e maior importância que deve ser dada ao dinheiro que é
gasto com a Religião está diretamente relacionada com o fato de se
estar dedicando o sacrifício para ganhar o dinheiro, empregando um
determinado valor para uma obra de Elédùmarè (Deus).
Em síntese: Eu observo que as pessoas relacionadas com a Umbanda e o
Candomblé RECLAMAM por gastar seu dinheiro com suas próprias Orí, com
seus próprios Òrìsà e principalmente com os templos da sua própria
religião, onde se pratica a obra de Elédùmarè (Deus).
Mas, EXIGIR e cobrar o melhor para si, todos exigem.
Como alguém pode querer receber com amor, se não dá com amor?
Aqui está uma das grandes chaves para o sucesso, ou para o fracasso,
de qualquer rito realizado nos Templos dos Cultos aos Òrìsà.
Todas as religiões ensinam seus fiéis a dar amor para Deus. E este
dar não envolve somente dar coisas abstratas, mas envolve também em
dar coisas concretas, materiais e necessárias para a manutenção e
existência da continuidade da religião.
Elogio aqui muitos cristãos que já aprenderam a doar para as suas
igrejas, ENTENDENDO que aquilo que doam é pela necessidade que sentem
de fazer com que a palavra do deus que eles acreditam seja expandida
e difundida aos quatro cantos do mundo.
É assim que crescem as Igrejas Evangélicas, muitas vezes causando ciúme para seus próprios irmãos da mesma fé.
Mas, literalmente oposto a isso, vejo que nas casas de Cultos Afro-brasileiros as pessoas reclamam por gastar seu dinheiro com as obras de Deus, reclamam que seus Bàbá e Ìyá são pessoas ignorantes e sem
cultura, reclamam que sua religião está sendo massacrada na mídia,
mas eu pergunto: Qual a condição financeira que estas pessoas, que
reclamam, dão para que este quadro seja revertido, já que ninguém
quer pagar para obter o auxílio do Sacerdote ou do Templo que freqüenta?
As Ilé Àse Òrìsà, conhecidas como Casas de Santo,não são também a Casa de Deus?
Quem paga pode exigir !
Exigir que o Sacerdote estude e se aprimore.
Exigir que o Templo seja limpo e bem cuidado.
Exigir receber ensinamentos.
O Sacerdote pode até ser rico e a Ilé Òrìsà pode até ser luxuosa,
desde que seus Fiéis e Filhos Iniciados também tenham sabedoria,
riqueza e sucesso.
Esta é a troca, que todos desejam obter de Elédùmarè (Deus) quando
vão buscar o auxílio dos Òrìsà através do Sacerdote Bàbálòrìsà.
Se, egoísticamente, alguém nega parte do que tem de material para as
obras de Deus, o que poderá esperar em troca?
Faça sua religião ser grande e forte, e você será sábio, rico e próspero.
Seja mesquinho com as obras de Deus e com sua religião, e sua vida se
resumirá num eterno pedir e reclamar.
E, se por acaso, o Bàbálòrìsà, o Rabino, o Padre ou o Pastor empregar
mal o dinheiro que recebe, a responsabilidade espiritual é dele. Faça você a sua parte, doando para as obras onde seu Deus se encontra,
sempre com amor e sem apego. O Sacerdote ou o Templo são, para você, meros instrumentos.
Lembre-se que, perante Elédùmarè (Deus), cada um é responsável pelos
seus atos.

Ilê Asè Iyá Naso Oká - Terreiro da Casa Branca




E NI SE IRE SE E FUN ARA RE
E NI SIKA SE E FUN ARA RE
IRE KO NI SAI GBE NI, IKA KO NI
SAI KA ONIKA, BI INU BA MO ESINSIN
ONIKA KOLE KUN NI.





Tradução:
Aquele que faz o bem
Faz bem a si mesmo
Aquele que faz o mal
Faz mal a si mesmo
A virtude tem sua boa recompensa
E o mal sua consequência má,
Mas se a conciência de alguém
É clara, a mosca má enviada
Pelo mal, não faz mal.

Ilê Axé Iya Nassô Oká / Terreiro da Casa Branca
No período da escravidão no Brasil, os negros formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia, princesas, na condição de escravas, vindas de Oyó e Keto, fundaram um centro num engenho de cana. Depois se agruparam num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Nagô, que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência.
Sabe-se que esta comunidade fora fundada por três negras africanas cujos nomes são: Adetá ou Iya Detá, Iya Kalá e Iya Nassô. Não se tem certeza de quem plantou o Axé, porém o Engenho Velho se chama Ilé Iya Nassô Oká.
A Ilé Iya Nassô funcionava numa Roça na Barroquinha, dentro do perímetro urbano de Salvador.
Os africanos que se encontravam alí, lugar deserto naquela época, porém próximo ao Palácio de sua Real Magestade, tiveram receio da intervenção das autoridades no seu Culto, daí, Iya Nassô resolveu arrendar terras do Engenho Velho do Rio Vermelho de Baixo, no trecho chamado Joaquim dos Couros, lugar onde se encontra até hoje, estabelecendo aí o primeiro Terreiro de Culto Africano na Bahia.
À Iya Nassô, sucedeu Iya Marcelina. Após a morte desta, duas das suas filhas, Maria Júlia da Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do candomblé, cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era a substituta legal (Iya Kekeré) tomar a posse de Mãe do Terreiro. Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais discidentes e fundaram outra Ilé Axé.
Substituiu Maria Júlia Figueiredo na direção do Engenho Velho, a Mãe Sussu (Ursulina de Figueiredo). Com a sua morte nova divergência foi criada entre suas filhas, Sinhá Antonia, substituta legal de Sussu, por motivos superiores não podia tomar a chefia do Candomblé, em consequência o lugar de Mãe foi ocupado por Tia Massi (Maximiana Maria da Conceição).
Vencendo o partido da Ordem, os discidentes inconformados fundaram então uma outra Ilé Axé. Talvez seja oportuno abrir um parêntese. O explanador é sobrinho de Sinhá Antonia e Ogan de Oxaguian da Tia Massi.
Maximiana Maria da Conceição, Tia Massi foi sucedida por Maria Deolinda, Mãe Oké. A direção sacerdotal do Engenho Velho foi posteriormente confiada à Marieta Vitória Cardoso, Oxum Niké, recentemente desaparecida.
Atualmente, assumiu a chefia da Casa, a Iya Lorixá Altamira Cecília dos Santos, filha legítima de Maria Deolinda.
Sociedade Benedicente e Recreativa.
A Sociedade Beneficente e Recreativa São Jorge do Engenho Velho que representa o candomblé da Casa Branca, foi fundada a 25 de julho de 1943, registrada no Cartório Especial de Títulos e Documentos em 2 de maio de 1945 sob nº 15.599, declarada de utilidade pública pela Lei Municipal 759 de 31 de dezembro de 1956, é regida por Estatuto e tem personalidade jurídica.
Sua Diretoria é composta por um presidente, um vice, 1º e 2º secretário, 1º e 2º tesoureiro. Assembléia geral, com presidente, 1º e 2º secretários. Comissão fiscal, composta por três membros.
Atualmente a Diretoria da Sociedade é exercida pelo Sr. Antônio Agnelo Pereira. Ministro de Oxalá, Oxogum e Obalaxé do Ilé Iya Nassô Oká, Casa Branca.
A Diretoria de Honra da Entidade é composta pela Trilogia Sacerdotal do Axé, atualmente representada nas pessoas da Iya Altamira Cecília dos Santos, Iya Juliana da Silva Baraúna e Iya Areonite da Conceição Chagas.
Existe ainda a Diretoria do Patrimônio e uma Comissão de Defesa do Patrimônio.
O Terreiro
O Terreiro é de Oxossi e o Templo principal é de Xangô. O Barracão que tem o nome de Casa Branca, é uma edificação alongada com várias divisões internas que encerram residências das principais pessoas do Terreiro, como também espaços reservados aos quartos de Orixás, quarto de Axé, Salão onde se realizam as festas públicas, bem como a cozinha onde se preparam as comidas sagradas. Uma bandeira branca hasteada no Terreiro indica o carater sagrado deste espaço. No telhado do Barracão, símbolos de Xangô identificam o Patrono do Templo.
O terreno fica situado numa encosta que se estende até uma cota de 30.00m com declividade de 30%, no lado direito da atual Av. da Gama, no sentido de progressão para o Rio Vermelho, entre as Ladeiras Manoel do Bonfim e do Bogun, na Unidade Espacial C-5 em Salvador - Bahia. Ocupa uma área de 6.000m². Tem como endereço, Av. Vasco da Gama, 463. Em redor do Barracão existem várias casas de Orixás.
As obrigações religiosas da Ilé Axé começam no fim de maio ou princípio de junho com a Festa de Oxossi. A Festa de Xangô Airá tem lugar a 29 de junho. Na última sexta-feira de agosto, realiza-se a Cerimônia da Aguá de Oxalá, seguindo-se os três domingos consecutivos, nos quais se festeja Odudwa no primeiro, Oxalufan no segundo e a Festa do Pilão em homenagem a Oxaguian, no último domingo. Na segunda-feira imediata, festeja-se Ogum e na seguinte Omolú. Havendo no entanto, um espaço para iniciação de novas filhas, prossegue as festas em louvor a Yansã, Xangô, Iabás e Oxum, terminando o cíclo festivo no final de novembro.
Situação atual.
No iníco, as atividades do Ilé Axé sofreram perseguições da Sociedade e por parte da Polícia. Já no período da República, o candomblé fora proibido de exercer as suas atividades e os Terreiros ficaram subjugados à Delegacia de Jogos, Entorpecentes e Lenocínio.
Hoje porém a situação é diferente. Existe na Prefeitura de Salvador, o Projeto MAMNBA da Pro-Memória, sob a direção do Antropólogo Ordep José Trindade Serra, cujo objetivo é proceder o Mapeamento de Sítios e Monumentos Religiosos Negros na Bahia.
Em 14 de junho do corrente ano, o Ministério da Cultura, a Prefeitura Municipal de Salvador e o Ministério da Relações Exteriores, em conjunto lançaram oito postais sobre a Ilé Axé Iya Nassô Oká e a revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional publicou - A Coroa de Xangô no Terreiro da Casa Branca - em separata do número 21/1986. Chegou então a hora da proteção a todos os Terreiros de Candomblé do Estado. Língua Yorubá nos Currículos de 1º e 2º graus.
Diante da solicitação da Socidade Beneficente São Jorge do Engenho Velho, conforme fundamentação e comprovação firmada pelo presidente, Sr. Antonio Agnelo Pereira, cultor de etnografia afro e diplomado em Língua Yorubá pelo Centro de Estudos Afro Orientais da Universidade Federal da Bahia, o Conselho Estadual de Educação aprovou introdução da Língua Yorubá nos Currículos de 1º e 2º Graus nos Colégios de Rêde de Ensino do Estado.
Saudação.
O Ilé Axé Iya Nassô é o 1º Templo de Culto Religioso Negro no Brasil - Casa Branca do Engenho Velho.
É o primeiro Monumento Negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o dia 31 de maio de 1984 (Tombamento do Terreiro do Engenho Velho).
Antes disso, em 1982, o Terreiro já havia sido tombado como Patrimônio da Cidade do Salvador 1ª Capital do Brasil.
Em 1985 o Terreiro do Engenho Velho foi considerado Axé Especial de preservação Cultural do Município de Salvador.
A Sociedade São Jorge do Engenho Velho, representante legal da Comunidade do Ilé Axé Iya Nassô Oká foi considerada de utilidade pública Municipal e Estadual. É Membro do Conselho Geral do Memorial Zumbi.
Atualmente está feito o Plano de preservação do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho e prepara-se o Projeto de Recuperação da área em convênio com o Ministério da Cultura e a Prefeitura Municipal do Salvador.
O Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, mais antigo do Brasil, tem como Iyalorixá a Venerável Altamia Cecília dos Santos, secundada pelas veneráveis Iya Kekeré Juliana da Silva Baraúna e Otun Iya Kekeré Areonite Conceição Chagas.
Possui um vasto Colégio Sacerdotal composto pelas Iya bomin, Ogans e Olossés, além de muitas Iyaôs e Abians. Deu origem a inúmeros Templos Afro-Brasileiros.
Em nome da Iyalorixá e de todo o Corpo sacerdotal do Terreiro, transmitimos nossas saudações aos irmãos negros dos Estados Unidos e de todo o Mundo, em primeiro lugar. Abraçamos também os Povos e Nações existentes no Continente Americano e todos os Homens de boa vontade pela Paz e Igualdade de todos.
Axé.
JOSÉ ABADE DE OLIVEIRA
Ótun Olu K'otun Jagun

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Os Orixás

 
Como parte da criação do Orun e do Aiyê, Olodumare criou uma infinidade de hierarquias
atuantes nos diversos planos do Universo.
Dentre eles situam-se os Orixás - entidades intermediárias responsáveis primordiais pelas
funções relacionadas aos diversos reinos da natureza na Terra.
Tratam-se de Seres Divinos , facetas emanadas diretamente da Divindade Suprema Universal.
Os Orixás atuam de acordo com as funções que lhes são delegadas por Olodumare, inclusive
como mediadores entre Ele e os seres humanos.
A criação da Vida na Terra foi delegada ao Orixá Obatalá ( o rei do pano branco que esconde
a vida e a morte ), que com o seu ofu-rufu (o sopro divino) permeou várias outras dimensões
além da física. Dele emanaram os outros Orixás, com a tarefa de exercer domínio pleno
sobre os diversos reinos e elementos da natureza terrestre, porém dentro dos limites e tarefas
por Ele estabelecidos.
Há um itan (mito) que relata como o corpo de Obatalá foi atingido e partido em mil pedaços.
Ao receber a notícia, Olodumare designou Orunmilá para recolher todas as partes e traze-las
de volta.
Recolheu-os numa grande cabaça, assegurando o seu renascimento no Orun. O restante foi
espalhado por todo o mundo, fazendo com que de cada um nascesse uma divindade. Por
esta razão, considera-se Obatalá o Orixá maior, dentro do qual todos estão contidos – como a
cor branca contém todas cores.
O termo Orixá foi, inicialmente, utilizado para designar Obatalá, conhecido como Orisa nla ou
Osaala.
A energia vital – axé – que permeia todas as forças da natureza é parte do Orixá, que
representa o aspecto inteligente e estabelece um elo entre a humanidade e Olodumare.
Textos mais antigos falam de igba male ojukotun, igba male ojukosi : duzentas divindades do
lado direito e duzentas divindades do lado esquerdo – mais um.
A concepção de características antropomórficas deve-se à condição arquetípica que lhes é
inerente. No entanto, cabe ressaltar que os Orixá não pertencem à cadeia de evolução
humana.
Como personificação das mais violentas , grandiosas e incontroláveis forças da natureza,
força pura, axé (energia vital) esmagador, é evidente que Orixá desvincula-se à cadeia
cármica da evolução humana.
Conceber Orixá como um ancestral humano divinizado é um belo mito que confirma a filiação
humana a determinada linhagem dos reinos da natureza com seus quatro elementos: água,
terra, fogo e ar.
Ancestrais humanos podem ter se tornado encantados, pois a gama de seres divinizados
tutelares é imensa. Aliás, antes da ruptura entre Orun e Aiyê – seres pertencentes a
hierarquias não-humanas engravidaram mulheres, dando origem a estirpe dos chamados
“semi-deuses” , vastamente mencionados, por exemplo, na mitologia grega.
Diante de recentes teorias que ousam atribuir a origens não-terrestres o progresso
tecnológico não condizente com o adiantamento da época – que certas civilizações arcaicas
evidenciaram – poderiam os Orixás antropomorfizados estar incluídos nesses grupos.
Humanos ou não, é importante notar que deles se originaram as instruções que até hoje
seguimos, com relação ao corpo ritualístico / mágico da religião.
Os Orixás constituem energia pura que interfere, também, na existência dos seres humanos,
já que conosco compartilham da natureza terrestre e concorrem diretamente para a nossa
formação como seres individualizados. No momento em que o ser humano vem a encarnar,
aceitando o seu destino, seus corpos são criados com a energia predominante de um Orixá e
a de outros, em menor grau, formando assim um complexo inédito
 
Rituais:
 
As práticas e rituais da religião yorubá têm por finalidade a sintonia e integração do ser
humano com essa energia divina da qual foi formado.
Há pessoas que dispõem do dom de manifestar fìsicamente a presença do seu Orixá. Esta
manifestação é apenas uma forma de sintonia, nada tendo a ver com mérito ou elevação
espiritual. Em alguns seres humanos, a predisposição inata e rituais específicos fazem aflorar
com maior intensidade esta energia pura , que é o Orixá, podendo ocasionar os fenômenos do
transe e da incorporação, quando o arquétipo do Orixá se manifesta de forma plena.
De um panteão que atingia a casa das centenas, o número dos que transpuseram a barreira
do interesse local não atinge a casa das duas dezenas, sendo os mais populares: Orunmilá,
Exu, Obatalá, Ogun, Oxossi, Ossain, Oxumarê, Obaluaiê, Ibeji, Erinlé, Oxun, Olokun, Yemanjá,
Oyá e Xangô. Há também culto a Egungun e Iyami Oxorongá, que não são Orixás, mas
ancestrais

Sacrifico X Remédio

“Orunmilá, encantado com as prodigiosas propriedades das folhas, reveladas por Ossain,
decide mante-lo ao seu lado durante as seções de adivinhação, a fim de guiá-lo na escolha
dos remédios que deverá prescrever aos doentes. Uma surda rivalidade se estabelece entre
ambos, cada um se vangloriando de ser mais importante do que o outro. Ossain reivindica
direito de mais respeito, alegando ter chegado ao mundo antes de Orunmilá.O rei Ajalaye
resolve por fim à disputa, submetendo-os a uma prova e os convoca, acompanhados dos
seus primogênitos. Orunmilá chega com seu filho Sacrifício e Ossain apresenta seu filho
Remédio. Os dois serão enterrados durante sete dias e aquele que sobreviver à provação e
primeiro responder ao chamado que será feito no fim do último dia, verá seu pai declarado
vencedor.
Sacrifício e Remédio foram enterrados em duas covas abertas para a prova. Retornando a
casa, Orunmilá consultou o oráculo, que o aconselhou a oferecer muito ekuru, um galo, um
bode, um coelho, um pombo e dezesseis búzios a fim de garantir a vida do filho. A oferenda
foi colocada na estrada, na encruzilhada, aos pés de Exu e no mercado. Exerceu seu poder
sobre o coelho sacrificado. Este cavou um túnel até a cova de Sacrifício e a ele levou alimento.
Remédio, o filho de Ossain , nada tinha para comer, mas possuía talismãs que agiam sobre a
terra e lhe permitiram chegar até Sacrifício, no fundo da sua cova. Remédio pediu-lhe comida,
mas Sacrifício negou, dizendo que assim estaria assegurando a vitória de Ossain contra a do
seu pai, Orunmilá.Afinal, chegaram ao acordo de que daria comida a Remédio, sob a
condição de este permanecer calado quando fosse chamado, ao final da prova.
No sétimo dia os juízes vieram e chamaram, em vão, por Remédio. Concluíram que estava
morto. Em seguida, chamaram por Sacrifício, que respondeu imediatamente. Sacrifício está
são e salvo. Em seguida, para surpresa geral, sai Remédio, igualmente vivo. Ossain pergunta
ao filho a razão do seu silêncio, fazendo com que perdessem a prova, e Remédio revela o
pacto feito com Sacrifício".
Moral da história:
“Sacrifício não deixa Remédio falar. Portanto, Sacrifício é mais eficaz que Remédio e, por
conseguinte, Orunmilá ocupa uma posição mais elevada do que Ossain”. Este itan pretende
demonstrar que, embora a presença das folhas seja essencial dentro do culto yorubá, os ritos
sacrificiais são primordiais. Se, por um lado, o segredo está nas folhas, elas se tornam
verdadeiramente eficazes não devido à sua composição química, mas através do
encantamento, ofó, que desencadeia o potencial inerente a cada espécie vegetal.
Toda a prática religiosa yorubá se baseia num princípio de permuta – que é o que se pode
observar em todos os âmbitos da Vida no planeta Terra. O processo vital transcorre mediante
permanente alimentação e renovação no breve hiato entre nascimento e morte. Energias são
alimentadas e transferidas.
A sobrevivência do ser humano na Terra exige sacrifício constante. Sacrifício de tempo, de
privação de alguma coisa em detrimento de outra, o sacrifício dolorido das transformações e
da oferta de dinheiro obtido à custa de esforço através do trabalho: tudo girando num
incessante processo que se resume em dar e receber. As oferendas sacrificias movimentam
axé do fluido vital liberado que, atuando num âmbito não-físico altera situações indesejadas
na vida humana, inclusive de alta gravidade. Os sacrifícios animais praticados pela religião
yorubá , além de movimentar ase, servem para alimentar as pessoas, uma vez que a carne é,
na maioria das vezes, consumida. Cabe ressaltar que, ao contrário do que ocorrre nos
matadouros, a vida animal que se vai é rezada e seu espírito encaminhado com todo respeito.
O sacrifício animal costuma causar celeuma em ambientes estranhos à cultura yorubá – aliás,
ambientes não-vegetarianos. No entanto, curiosamente, não se tem o hábito de questionar
como e por que animais são mortos quando se trata de algum petisco gastronômico, um
sapato ou casaco de couro ou um tapete de pele que não salvam a vida ou restabelecem a
saúde de alguém, mas se destinam exclusivamente a saciar a sua vaidade.
O ser humano, fazendo mau uso do seu livre-arbítrio, muitas vezes se coloca em situações
em que a negatividade do seu destino aflora, trazendo desgraças indesejadas. Olodumare
ordenou a Orunmilá que ensine os seres humanos a restabelecer o ponto de equilíbrio
necessário em seus Ori, pois, se por um lado, a bondade de Olodumare é evidente, a sua
severidade é altamente rigorosa.