quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mensagem do meu Irmão Bábà Olútoye










Hoje estive pensando sobre os antigos hábitos do candomblé,
Quando deparei-me com uma postagem de uma casa tradicional de culto, aqui no face book.
Diziam lá, sobre a carnavalização do Candomblé.
É muito triste saber, que tudo está mudando. Admitimos sim, a evolução como tudo no mundo mas, os hábitos tradicionais, não podem ser mudados.
Quando falo sobre hábitos, quero dizer, a educação de asé, na qual inclui-se respeito aos mais velhos, à hierarquia , aos costumes, inclusive os trajes e paramentos rituais, onde hoje vemos tais mudanças que além de carnavalizar o nosso culto, fogem completamente às tradições de nossos ancestrais.
O mais interessante, é saber que tais comentários partem de casas tradicionais, que mantém suas casas descendentes aqui no nosso estado, com tais hábitos, ou seja, um verdadeiro festival de fantasias de Orisa.

Hoje, nos candomblés modernos, não há mais a necessidade de se dobrar os couros para anunciar a chegada de uma personalidade do culto, ou alguém mais velho, ou que seja, um babalorisa que tenha ido visitar a casa.
Hoje não se vê um abiã ou um iyawo novinho que tenha respeito pelos anos de um mais velho.
Não se vê mais tomarem benção ou fazerem qualquer tipo de reverencia que aponte respeito.
Hoje os trajes e os fios de contas que usam não os distinguem da maioria. Contas coloridas de todos os tipos, onde uma miscelânea de cores confundem-se com o verdadeiro simbolismo do Orisa.
Os trajes e a indumentária de uma pessoa, falam exatamente o posto que ela ocupa.
Consegue-se distinguir quem é abiã, iyawo, quem tem obrigações dadas, quem é egbonmi quem é ekeji e assim por diante.
Hoje você vê iyawo de torço com abas, pano de cintura e fios apurados, ridículo. Onde foram parar nossos mais velhos que não os ensinam?
Fazemos questão que na nossa casa, as tradições sejam mantidas. Não podemos deixar se perder uma tradição de tantos anos.

 O Respeito ainda é tudo...