domingo, 26 de setembro de 2010

Osahyín - Éwè Orísà




OSOHYIN
O poder sagrado da folha!


Desde os tempos mais antigos, ouvimos dizeres sortilégios bem feitos com nossas Ervas Sagradas, temos referências de muitas em nossas vidas atribuídas em tudo que passamos a Ingerir, digerir, sentir, tais sensações despertam diversas sensações, como Bem-estar, vibrações que passam por nossos músculos a cada sentido em encontro com nosso corpo físico, sim a Energia da Natureza, a Energia do Orisa, a energia do Mundo.

Existem diversas folhas, cada uma, com diversas finalidades e combinações, nomes e considerações dos seus diferentes nomes, fato que muito impressiona a quem não conhece muito bem a forma correta de manipulação dentro do Asé. Ifá diz que temos que ter muita consciência de como usar cada folha para que não sejamos pegos de surpresa por energias que são invocadas quando a maceramos, quando colocamos o sumo da Erva em contato com nosso corpo ou bebemos, quando a colhemos.

O uso das Folhas tem um assunto muito diversificado, muito delicado porque cada folha traz sua característica e aspecto próprio, porém liturgicamente uma folha possui vários nomes em Yoruba, e cada um desses nomes é utilizado para uma finalidade especifica a fim de trazer energia boa, eliminar energias ruins e maléficas em muitos casos, trazer resposta de algo se é necessário para o individuo que a usa, como também para atrair dinheiro, boa sorte, sucesso, apaziguamento, equilíbrio, doçura, bendição, saúde, proteção contra feitiço, ódio, praga, injustiças, inveja, azar, prejuízos, morte, agressão físicas e ataques sobrenaturais.

No culto de Orísà temos uma influência de algo muito importante para impor o poder dos nossos ancestrais, nossa cabeça (Ori), magias (Oogun), Ofo (encantamento pela palavra), e isto é possível através das folhas, sendo um requisito de grande valor terapêutico e mágico. O sumo das folhas (seiva) é avaliado como Sangue que dá origem uma iniciação, uma oferenda, uma transformação que permite o vir e o ir, possibilitando uma comunicação com os poderes deste mundo.

Sendo assim temos folhas que pertencem ao elemento, Fogo, Ar, Água e Terra, sendo que é Osonyin a própria força junto com as divindades da qual delega poderes a todas as folhas deste planeta .

No conceito Yorúbà as folhas são um recurso necessário para completar um ato sagrado , como um egbó , uma oferenda (oro) iniciação , e completa a mudança de destinos e vidas .


SASÒNYIN
Ritual tradicional de SÁSANIYN


O ritual tradicional chamado SÀSANYÍN (Perpetrar as folhas de Òsonyin). O qual de modo geral nos mostra a imensidão do mundo espiritual da folhas sagradas, utilizadas para diversos fins em nossa liturgia. O ritual de SASÒNYÍN deve ter o inicio antes que o Sol saia em sua plenitude, mas um dia antes o Onishegun ou Babalosoyin deve ir buscar as EWE em algum lugar fora do espaço urbano, em uma mata onde se encontra a força deste grande Orisa geralmente assentado dentro do Bosque em um local marcado. Ao chegar no local, o Onishegum deverá estar trajado de Branco, antes de colhe-las deve em primeiro lugar agradar Aroni (um outro aspecto de Eshù) e só após esse agrado é que o Onishegum poderá apanhar as folhas necessária para o Ritual. Agora no caso de uma uma mulher de Osonyin estiver passando por iniciação, o sacerdote vestido de Branco deve levar um Pombo preto e outro branco, então o Pombo preto é sacrificado em oferecimento à Aroni dentro do Bosque para apaziguar os espiritos do Bosque, em seguida o Pombo branco deve ser solto em forma de troca e ainda pedir permissão para que encontre as melhores folhas e que as suas vistas enxerguem as folhas que por ventura irá usar para a composição do Agbotutu e outros tipos de ritos. 
O Onisegun jamais deve colher folhas com uma faca ou qualquer objeto cortante, como diz um cantico; Osanyin não gosta de faca e fogo em suas folhas, então o Sacerdote deve colher as folhas usando somente as suas mãos,respeitando o tabu no Culto de Osonyin sobre a utilização de qualquer objeto cortante. Alem disso, existem folhas que só podem ser colhidas pela manhã, outras pela tarde ou pela noite. Todas as folhas colhidas ultilizadas com outros elementos ou não, seja na a preparação de Abotutu, Oogun, Ebo, e etc...as folhas só funcionam quando devidamente encatadas com seus especificos Ofò, Oriki ou Odura para que se tenha o alcance da força espiritual no que se busca.Do contrario, é pura perda de tempo e desperdicio pegar qualquer folha para banho sem passa-la antes por um processo de encantamento especifico. 
Portanto, todo Babalawo ou sacerdote de Osanyin deve se aprofundar muito para saber quais e quantas folhas são necessárias para resolver um problema, sendo assim a folha é ligada ritualmente a pessoa ou Orisa através do seu encantamento específico. È primeiramente com a seiva das folhas que conseguimos invocar diretamente o Orisa de um Yawo, no qual o Orisa irá incorpora. Quando na iniciação de um iyawo no orixá o mesmo irá até a mata para carregar a sua cama em que irá buscar o seu renascimento ou uma mudança de vida.
No conceito yoruba todas as folhas são boas, mas ao colhermos uma determinada folha fora do seu período ela pode ser perniciosa para tal função, então como tudo as folhas também possuem seu lado positivo e negativo.

Iyemonja - Mãe dos filhos peixes



E o Orísà do rio Ogun, que corre por Oyó e Abeokuta, vem do território de Nupe, perto de Bida; também se diz que vem de Tapa, e associada com Abeokuta e Ibadán e de Shaki.
Mãe da vida, e considerada como mãe de todos os Orísà.
E dona das águas e representa o mar, fonte fundamental da vida.
Por isso se diz que "o santo nasce do mar".
Foi mulher de Babalú Ayé, de Aggayú, de Orula y de Ogun.
Ogunté – Veste-se de azul-claro e branco e vive nos arrecifes próximos da praia. É uma guerreira terrível que carrega, preso à cintura, um facão e outras armas de ferro confeccionadas por Ogun Alagbedé, seu marido.
É indomável, mas justiceira.
Vive com Ogun em campanhas de guerra. Dizem que é rancorosa, severa e violenta, que não aceita pato em seus sacrifícios e adora carneiro. Gosta de comer galo na companhia de Ogun. Fala-se também, que Ogunte gosta que seus animais sejam castrados na hora do sacrifício.
Seu nome completo é "Iyemonjá Ogunte Ogunmasomi" e, entre os ararás é conhecida como Akadume.
Está sincretizada com Nossa Senhora das Neves e gosta que seus adimús sejam regados com muito mel.
Seu nome não deve ser pronunciado por quem tenha ela assentada, sem antes tocar a terra com os dedos e leva-los aos lábios..
Uns dizem que vem da terra de Oyo; e outros, de Mina (versão de Cuba).
"Iyemonjá Okuté u Okuti" La do azul celeste, esta nos arrecifes da costa.
"Porteira de Olokun". O mesmo se acha no mar, no rio, no lago, e no mato.
Geralmente por ser do monte se assenta em pedra de ametista e não em pedra do mar.
"Esta Iyemanjá trabalha muito". E uma amazona terrível. O rato pertence a ela. Como envia mensagens a seus homens e pode transformar-se em rato pra os visitar, ela teme o cachorro.
E de caráter violento, muito severa e não perdoa.
Vive dentro no mato virgem. E feiticeira, expert em preparar afoxé. (pós mágicos, que preparam-se com seivas de animais, usados para o bem e para o mal)
Gosta de dançar com um majá enroscado nos braços. Não gosta do pato e sim do carneiro.
Sao seus os corais e madrepérolas.
FLORES: Flor da água, violeta, rosas brancas.
PERFUME: Verbena.
ANIMAIS: Carneiro,cabra, galo, pato, pombos, gaivota, tartaruga, galinha.
Iyemonjá Ogunté não come pato.
SAUDAÇÃO : Seus filhos apóiam o corpo no chão do meio lado, sobre e braço do lado esquerdo e direito, e saúdam-na assim: Odo Iyà!

Ìyá Basé - A mãe que prepara os alimentos dos Orísà



Certo que os Orixás comem o que os homens comem, porém, recebem a seus pés, nos terreiros, comidas onde os modos de preparar, ao lado dos saberes: palavras de encantamentos (fó), rezas (àdúrà), evocações (oriki) e cantigas (orin) ligadas a estórias sagradas (itan), são elementos essenciais e vitais para a transmissão do axé ”
Vilson Caetano de Souza Junior
Dividir o alimento com os deuses é ter a insigne hora de comer com eles, garantindo, dessa forma, a presença dos Orixás em nossas vidas e da refeição em nossa mesa.
Ao preparar as comidas de santo, deve-se observar os tabus de cada um deles. Por exemplo, o azeite de dendê nunca deve ser oferecido a Oxalá, o mel é proibido a Oxóssi, o carneiro não pode sequer entrar em uma casa consagrada a Iansã etc. Os filhos de santo devem observar todas as quizilas dos seus Orixás e, sendo parte do Orixá, também não podem consumi-las.
A pessoa encarregada de preparar as comidas dos Orixás é a Ìyá Basé, um cargo outorgado apenas a mulheres de grande sabedoria e respeito junto à comunidade. Ela é a mãe que conhece todos os segredos da cozinha e que sabe que o principal ingrediente para uma boa comida de santo, capaz de alcançar as mais altas dádivas, é o amor.

Ìyàwó - filho de santo



Quando a União Soviética e o Muro de Berlim desmoronaram, socialistas do mundo inteiro sofreram a síndrome da negação ideológica. Que consiste na recusa de enxergar a realidade em sua volta. Acreditavam tanto na idéia de um estado igualitário, na revolução, que demoraram a acreditar no que havia acontecido. Afinal era um pedaço de suas vidas, um estilo de sociedade, economia de governo, que quase em um piscar de olhos caía em ruína.

(texto publicado no jornal do Brasil - 10/04/2006).

O filho de santo, passa por várias etapas em sua vida iniciática:
Quando quer fazer santo, fica cego de amor pela religião, acredita que sua vida
sem a iniciação não será mais possível.

Já dentro do quarto de santo aplica se uma outra frase....
O filho de santo é como fotografia,só se revela no escuro!!!
É nas orações das madrugadas e debaixo de água fria, que vamos descobrir a dedicação, devoção e educação de cada filho de santo.

Todos nós sabemos que clausura sensibiliza as pessoas, é recolhido que vamos descobrir os verdadeiros motivos de sua opção iniciática.
Religião? saúde? dinheiro? amor? e ainda existem os desavisados que não fazem a menor idéia do que estão fazendo naquele local.

A festa do filho de santo:
Existem os não fazem a menor idéia que vai acontecer e deixa tudo nas mãos de seu iniciador.
Já por outro lado existem os que precisam de fotos, flores, filmes e muitos convidados e lembrancinhas. Pois acreditam que isso tudo é tão importante e que consiste na iniciação propriamente dita.


A palavra ìyàwó possui sua origem numa história conectada com Òrúnmìlà e sua viagem a cidade de Ìwó, e que ora relato: “Um certo dia, Òrúnmìlà desejou se personificar em um ser humano. Vestiu-se com folhas de bananeira como se fosse um maltrapilho e se dirigiu à cidade de Ìwó. Ali viu Oba em toda sua imponência, com seus assistentes e chefes, pois era época de festa anual. Sentou-se em frente a casa do Oba e se serviu das sobras de comida que jogavam fora. Ao ver isso, o Oba o entendeu como um estranho e ordenou que servissem um prato de comida para ele. Mais tarde, Òrúnmìlà disse ao Oba que queria dormir um pouco. A fim de se livrar do estranho maltrapilho, o Oba ordenou a seus servidores que preparassem um lugar para ele, com toda a roupa de cama salpicada com fiapos e sementes de uma certa planta que provocava comichão. Òrúnmìlà dormiu sobre isto e, quando acordou sentiu uma coceira pelo corpo, correu para o rio para se banhar. De manhã cedo, foi até Oba e disse a ele que tinha tido um bom sono. Em seguida, jogou Òpèlè, o rosário divinatório para Oba, e fez previsão para ele, dizendo que teria um reinado longo e próspero. Novamente, Òrúnmìlà continuou com seu comportamento estranho, comendo sobras de comida, mas predizendo para as pessoas. No seu terceiro dia em Ìwó, a filha do Oba começou a gostar de Òrúnmìlà, e decidiu se casar com ele. Todos ficaram horrorizados, uma princesa se casar com o estranho maltrapilho. Mas ela insistiu e o Oba teve de concordar, dividindo seus bens com Òrúnmìlà, em forma de dote. Òrúnmìlà, então, foi viver fora da cidade com a princesa. Ficou dono de muitos bens, passou a ter assistentes e muitos cavalos, devido aos presentes que recebeu de Oba.
Assim, quando as pessoas perguntavam quem era sua esposa, Òrúnmìlà respondia que era uma humilhação que sofreu em Ìwó. Ìyà significa humilhação, e Ìwó, o nome da cidade onde sofreu humilhação. As duas palavras formam Ìya Ìwó, e que veio a se tornar Ìyàwó. Desse momento em diante, os yorubá se referiam a noiva de Òrúnmìlà como Ìyàwó, que, assim passou a ser a palavra que define uma ESPOSA.”

Ajoiê - Ekedji - Makota



Ajoiê em Yorubá (keto),Ekedji em Djedje,e Makota em Angola,siguinifica camareira do
Orixá e a mãe que o orixá escolheu para zelar da Iyalorixá ou Babalorixá
e todos os membros que adentrarem. "Seu simbolo será sempre uma toalha sobre o ombro".

Na Casa Branca do Engenho Velho a Ajoiê não usa roupa de baiana e nem dança na roda do xirê, o traje tradicional da Ajoiê é um vestido discreto, um fio-de-contas e um pano
 da costa dobrado sobre um ombro ou na cintura. Sempre tem uma toalha ou tecido à
mão para secar o rosto do filho-de-santo que está em transe, no dia a
dia usa uma roupa de ração como todas as participantes do candomblé.

A Ekedji tem que tirar o dia
para seu orixá e paraorixá de seu zelador.
A chegada no ilê e sempre cedo pois é responsavel
por toda arrumação de roupas, indumentarias e etc.terá direito a uma cadeira
no barracão,mas pouco deve se sentar

pois deve estar atenta a tudo no ilê.a ekedji deve abraçar a todos os
filhos sem fazer discrinação a nenhum.pois é responsavel pelos seus
filhos e irmãos.A responsabilidade de todos os afazeres é da Ekedji ela
que tem que coordenar os abiãns para fazer e se não tiver

ninguém colocar as mãos na massa.Deve saber que o zelador(a) não tem
obrigação de fazer serviços de limpeza,arrumações e etc.Pois o Orixá maior
da casa que a todos guardam e a quem  todos devem obdiencia,
vem no ori da Iyalorixá ou Babalorixá; Pois a Ekedji
ou Ogan é sempre conhecido pelo nome do Orixá maior de seu ilê abaixo
de Olorum é claro.A ekedji por ela não

incorporar ela retem as energias,funciona com um pararraio,então através
de seu orixá ela descarrega essas energias.Uma ótima Ekedji ela se
reserva no seu axé,e procura visitar outros ilês acompanhado de seu pai
ou mãe de santo.Ser humilde,não ser malcriada,saber

se comportar dignamente,lembra que é o espelho e o exemplo da casa..Será
o cartão de visita de seu ilê para os que chegam.A Ekedji não é dona do
seu nariz,não faz só o que quer

ela deve submissão a um Orixá.Ela é a camareira do Orixá da mãe ,das
entidades da mãe,e de todos os filhos e irmãos da casa.E na casa que
chegar que faltar a presença de uma Ekedji ela desempenhará o seu papel
por esse é o cargo de Ekedji.Ela é a primeira a chegar e a última a
fechar a porta do ilê.Acho que algumas não se deram conta disso.Ser
Ekedji não

é ter status.Pois é labuta,no dia a dia e não só quando tem obrigações
na casa.para que seu axé evolua,é acima de tudo exercer o cargo recebido
dentro da casa de santo.



 


Tudo em Ìyá Nitinha era mistério. O seu àse, a sua própria história de vida. O mistério começa com o seu nascimento. A data é imprecisa. Afinal, Ìyá Nitinha é do tempo em que o Candomblé era misticismo de negro e os registos de nascimento eram feitos de anos a anos. 1925? 1929? 1930? São datas apontáveis. O dia convencionou-se que seria 12 de Setembro. A sua iniciação sabe-se que foi pela idade de quatro anos, com Tia Massi Ìwìnfúnké de Òsògìyán Ìdankó Èzo (Ìyálóòrìsà Maximiana Maria da Conceição, à epoca Iyalorixá do templo, a quinta na cronologia da sucessão). Participaram ainda, segundo Ìyá Nitinha, Tia Luzia, Ìyákékéré da casa, a africana Maria pequena de Òòsààlá, Ekedji Dejá, a Ójubònòn de Obalúàiyé e Mãe Amanda (que teve o seu terreiro de candomblé em Coelho da Rocha).
Areonites Conceição Chagas, foi uma das maiores representantes da identidade africana na Bahia e dentro do Candomblé tradicional, ultrapassando as barreiras da sua nação: Kétu. Criada dentro das paredes da Casa Branca do Engenho Velho – Ilé Àse Ìyá Nàssó Òkà – dividia o seu tempo entre este, onde era Otún Ìyákékéré, Ìyátébésé e Ojú Ode, e a Roça de Miguel Couto, a casa que diriga há mais de trinta anos.

O Asè Sonoro: a música como elemento cultural e religioso


O povo Yorùbá – como os demais povos africanos – tem na música uma das mais ricas e importantes componentes étnicas identitárias. A expressividade do povo e a sua natural predisposição para a criatividade artística, conferem à música importante sentido cultural, emprestado todo um universo de significações aos sons e instrumentos musicais. Os toques de tambores – ilu ou bata – os demais instrumentos com o sekere, agogo ou o saworo, a vocalidade, o ritmo aplicado, a métrica e o próprio sentido das frases cantadas, abarcam todo o vasto conjunto de códigos e valores estéticos e culturais do povo, num jogo que mescla sagrado e profano. Portanto, o conjunto formado pelas cantigas, toques e instrumentos, agem como propulsores de identidade e energia coletiva e individual, sendo por isso veículos de expansão de Àse, da energia mágica e vital que faz o existir.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dia 23 de setembro de 2010




Hoje é dia de comemoração!!!
No dia 23 de setembro de 1982, Osáàlà meu Olorí disse seu Orunkó na sala.
Peço sempre a Olodunmare e aos Orísà,
Que eu aceite as lições que me são impostas,
assim como fico feliz com as minhas vitórias sem acusar nada
de mal a ninguém ao meu redor.
Que a cada dia eu possa agradecer pelo nascer do sol como
pela noite que se vai.
Que eu possa perdoar a quem me fere sem mágoas, sem me
sentir uma vítima por isso.
Que eu entenda que as dificuldades da vida
fazem parte do meu crescimento como ser humano.
Que eu possa ser um ombro amigo a quem precise, sem me
sentir especial por isso, e sem me revoltar quando esse
mesmo ombro não é reconhecido.
Que eu seja humilde e perceba que a minha volta outros
sofrem bem mais do que eu.
Que eu consiga sorrir mais, chorar menos e ser feliz com o
que tenho.
Que eu consiga aprender que sou apenas mais um ser vivo
nesse imenso universo só que é Seu.

Motunjuba baba mi - Olúdàré



Nota: "Todo o Bàbálóòrìsà ou Ìyálóòrìsà foi um ìyáwó,
mas nem todo o ìyáwó será um Bàbálóòrìsà ou Ìyálóòrìsà."
José Beniste

sábado, 11 de setembro de 2010

Olóògùnedè



Divindade originária da cidade de Ìlèsà, filho de Òsun e de Òsóòsi.


Oloògùnede está tão perto de sua mãe que algumas pessoas estão fortemente equivocadas ao considerarem-no como hermafrodita, dizem que ele é meio homem e meio mulher, porém isto não é verdade. Ele é uma energia essencialmente masculina.

Ele é o Òrìsà da beleza, da felicidade e da boa sorte.

Seu pai o ensinou a ser audaz, ter paciência, ser astuto e a possuir leveza e destreza, o que o tornou um caçador habilidoso. O ensinou também a convivência pacifica em comunidade e o dom do plantio e da colheita.

Òsun ensinou a ele a ter elegância, altivez, beleza, vaidade, o poder da sedução, a arte da magia e a arte da pesca. Oloògùnede é um Òrìsà muito orgulhoso de seus atributos e de sua beleza. Tido como um Òrìsà meio moleque, meio matreiro, inventivo, alegre, ciumento, dengoso, manhoso e teimoso.

Òrìsà da riqueza, bem sucedido e admirado por todos.

Um de seus Itàn o chama de “O dono da corda”, pois foi ele quem salvou os Òrìsà quando eles estavam presos em um buraco, ele lançou a corda e os retirou de lá. Oloògùnede protege a todos que o procuram, traz boa sorte às pessoas e as ensinam a se ajudarem mutuamente para que a sobrevivência seja mais fácil.

Oloògùnede nasceu sobre o aspecto do Odù Òsá Méjì, sendo proprietário de um grande conhecimento sobre a magia, que utiliza para tornar a vida de seus filhos melhor.

Justamente trazendo aí o significado de seu nome “Senhor da magia na cidade de Ede”. Nos dias atuais ele pode ser comparado a um mestre Xamã.

Òrìsà com grande poder modificador, ele pode modificar uma sorte ruim em boa sorte. Oloògùnede sabe ser bondoso e generoso sem deixar de ser firme em sua posição de pai.

É dito como sendo um Òrìsà muito belo até na voz e que não gosta que as pessoas encostem a mão em seu peito, porém sua bravura atrai a mão das pessoas sobre ele.

Porém, é um Òrìsà que deve ser tratado com um certo cuidado, principalmente quando não se age com sinceridade e quando não se tem bom caráter, um outro de seus oríkì diz que ele luta usando um facão no palácio do rei e quem o vê sem fugir está brincando com a morte.

Seu dia é o Ojó Isegun.

Suas insígnias são: Ofà, abèbè, Ida, Bilala e o Ìrùesin.

Seu metal é o ouro.

Sua saudação é Loògùn o o o

Oloògùnede recebe oferendas de obi, mel, dendê, gin, milho, inhame, frutas, ovos, peixe, coelho, galinha d'angola, faisão, preá, pombo, galo, lakosè, feijão, coco, cana-de-açúcar, água fresca e omolókun.



“OLOÒGÙNEDE É O DESPERTAR DA CRIANÇA QUE TEM DENTRO DE NÓS”

Àse púpò ati ki Oloògùnede àá gbèé wa!

Noz de Cola



OBI ABATA – TERMINOLOGIA Na Diáspora a palavra “obi” pode significar muitas coisas diferentes para muitas pessoas diferentes.


Para eliminar um pouco de confusão enquanto lê este material é importante fazer algumas notas relativas ao vocabulário, especialmente os vários significados da palavra “obi”.


A NOZ DE COLA

0BÌ FRUTO DE UMA PALMEIRA AFRICANA (COLA ACUMINATA, SCHOTT. & ENDL. – STER-CULIACEAE) ACLIMATADA NO BRASIL. INDISPENSÁVEL NO CULTO DOS ORISÁ, ONDE SERVE DE OFERENDA PARA OS ÒRÌSÀ E É USADO NAS PRÁTICAS DIVINATÓRIAS SIMPLES, SEPARADO PELAS MÃOS EM PEDAÇOS.

O BROTO DO OBÌ: TIRA-SE PARA IMOBILIZAR A GERMINAÇÃO. PARA UM OBÌ GERMINAR É PRECISO DE TODAS AS SUAS PARTES. SE ISTO É OBSTRUÍDO, É NECESSÁRIO NÃO DEIXAR OS GOMOS EM INCUBAÇÃO. UM GOMO ESTÁ SEPARADO DO CONJUNTO. SERIA MAIS OU MENOS UM PADECIMENTO. POR ISTO QUE DIZEMOS IPA OBÌ, MATAR O OBÌ.

A palavra “obi”, se refere à noz de cola fresca nativo da África, especificamente o OBI ABATA. Varia de branco, a escuridão vermelho, em cor.

É DITO QUE O OBI VEIO A AIYE (TERRA) COM DUAS IRMÃS – OBI ABATA E OBI GBANJA. OBI ABATA, O TIPO DE OBI USADO EM ADIVINHAÇÃO, É COMPOSTO DE TRÊS A SEIS LÓBULOS QUE SÃO DIVIDOS (ABERTOS), com as mãos, NUNCA COM FACA, E USADOS COMO ORÁCULO EM OFERECIMENTOS PARA OS ANTEPASSADOS E ORISA. O OBI ABATA É UM INGREDIENTE PRINCIPAL NA MAIORIA DOS RITUAIS DE IFA'ORISA SAGRADOS E CELEBRAÇÕES.

Embora possam ser usadas outras configurações do Obi de vários modos, são os quatro lóbulos de Obi, também conhecido como Iya Obi (A Mãe Obi).


OBI GBANJA É A NOZ DE COLA QUE SÓ POSSUI DOIS LÓBULOS. OBI GBANJA NÃO É USADO EM OBI ADIVINHAÇÃO, EMBORA É CONSUMIDO POR PESSOAS POR RAZÕES SECULARES, PRINCIPALMENTE DEVIDO A SEU ALTO CONCENTRAÇÃO DE CAFEÍNA E USADO COMO UM ESTIMULANTE. A PESSOA DEVERIA NOTAR QUE É FREQÜENTEMENTE O OBI GBANJA QUE É ACHADO EM LOJAS.

A PESSOA DEVERIA TER CUIDADO PARA VERIFICAR SE ESTÁ COMPRANDO OBI ABATA E NÃO OBI GBANJA QUANDO SELECIONANDO PARA RITUAL OU PROPÓSITOS DIVINATÓRIOS.

A noz de Kola, na Botânica conhecida como Kola Acuminata (Cola), tão comum nas bancas de rua da Nigéria, Ghana, Togo, Benin, Marfim, Angola e demais países africanos.

Os africanos costumam comer pelo menos uma vez ao dia um desses frutos, independente dos usos que dão ao mesmo em seus rituais. Na África, é costume receber as visitas ilustres com uma bandeja contendo alguns desses frutos e um cálice de bebida, podendo ser de vinho de palma (emu), cerveja ou Gin.

Tal ato significa que o visitante é bem-vindo e desfruta de confiança e amizade do dono da casa. A Noz de Kola, ou Obí, tem propriedades indescritíveis, a que se refere ao sistema neuro-vegetativo, estimulando os neurônios, meninges, sendo ainda um poderoso energético para as debilidades físicas e mentais, e tônico do coração diminui as perdas orgânicas, tais como uréia, atuando sobre o sistema nervoso central com poderes superiores ao da Tiamina (vitamina B-1).

É incrível de como o Obí tem uma ação direta junto ao cérebro e coração.

Poderosa combatente das anemias. Afecções crônicas de forma debilitante e é restaurador energético nas dispepsias atônitas. Revitalizador do estado físico em geral elimina o "stress", neurastenia, insônia e perda de memória. Este pequeno fruto de cor avermelhada escura, que mais se assemelha a um pequeno caroço de abacate, é usado também na forma de refresco, chá ou simplesmente mastigado e ingerido.

Há mais de 7.000 anos é usado pelos africanos, e, recentemente, os brasileiros descobriram sua importância. E só no inicio do século passado, que os laboratórios descobriram as propriedades neurolinfáticas desse fruto, propiciando às companhias internacionais de refrigerantes o fabuloso sucesso do sabor cola (kola).

Os africanos há mais de 7 milênios descobriram as propriedades neurocerebrais tônicas da noz de Kola, tornando um habito sua ingestão E ainda existem pessoas que dizem que as religiões africanas são primitivas.

DIFERENTES TIPOS DE NOZES DE COLA

1. Obì – Noz de cola Acuminata. Obì e água (obì omi tùtu) são oferendas primordiais nos cultos afro-descendentes.

2. Obì àbátá ifin – Obi 4 partes branco - Oferenda exclusiva de Obatalá.

3. Obì abatá pupa – Obi vermelho. Serve de oferenda para qualquer ebora que não seja fun-fun, inclusive para Orí e Egun.

4. Obì edun = obì àáyá – (Cola Caricofolia– Sterculiáceae) – Cola de macaco Possui o fruto vermelho e brilhante. É comestível. - Desconhecido o uso ritualístico.

5. Obì àbàtà = obì gidi – (Cola Acuminata – Sterculiáceae) – Este é um tipo de nóz de cola vermelha que pode possuir de quatro a seis cotilenóides (awé). Típico para oferenda para qualquer Ebora.

6. Àjoòpa é uma nóz de kola doce e vermelha, grande e de qualidade superior.

7. Obì ifin = O mesmo àjoòpa, só que de cor branca. - Oferendado a Obatalá - Muitas vezes é dado como um presente ou como parte de um presente a uma pessoa importante.

8. Gbánjà = górò = awé méji. – (Cola Nitida – Sterculiáceae) – É vermelho e possui apenas dois segmentos como indica um de seus nomes (awé méji). Contém muita cafeína e por este motivo, se comido à noite, provoca insônia. A cafeína age como estimulante e excitante muscular. Combate a depressão e a hipertensão e sua ação rápida é também de curto efeito. Não Serve de oferenda Orisá.

O NASCIMENTO DE OBI

Obi é um elemento muito importante no culto de Orisa. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.

É um alimento básico, e toda vez que é oferecido seu consumo é sempre precedido por preces.

Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.

Quando Olodunmare descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente ), para entrarem em acordo sobre a situação....

Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.

Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.

Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.

Pós isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.

Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.

Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.

Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.

Aiye pegou-as e as levou para Olodunmare, e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.

Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.

No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.

Foram então até Olodunmare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.

Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.

Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela.

Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.

Depois, ela começou a comer as nozes cruas.

Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.

Após isso, ela levou as frutas para Olodunmare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.

Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em Sua casa quem conseguiu decodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.

Olodunmare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.

Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodunmare e tinha duas peças.

Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente.

A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.

A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimônia.

A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla.

A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.

A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.

Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lenda do Obi - Noz de kola



Olodunmare chama os homens para retornarem ao seu lar ,porém nem mesmo a morte e capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens..
Obi é um elemento muito importante no culto de Orisa. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.

É um alimento básico, e toda vez que é oferecido seu consumo é sempre precedido por preces.

Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.

Quando Olodunmare descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente ), para entrarem em acordo sobre a situação ....

Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.

Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.

Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.

pós isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.

Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.

Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos

Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.

Aiye pegou-as e as levou para Olodunmare,e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.

Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.

No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.

Foram então até Olodunmare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.

Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.

Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela.

Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.

Depois, ela começou a comer as nozes cruas.

Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.

Após isso, ela levou as frutas para Olodunmare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.

Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em Sua casa quem conseguiu decodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.

Olodunmare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.

Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodunmare e tinha duas peças.

Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.

A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimônia.

A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla.

A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.

A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.

Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.

Onilè - a terra



Onilé teve seu culto preservado na África, mas perdendo muitas das antigas atribuições. Hoje ela representa nossa ligação elemental com o planeta em que vivemos, nossa origem primal. É a base de sustenção da vida, é o nosso mundo material. Embora sua importância seja crucial do ponto de vista da concepção religiosa de universo, os devotos a ela pouco recorrem, pois seu culto não trata de aspectos particulares do mundo e da vida cotidiana, preferindo cada um dirigir-se aos orixás que cuidam desses aspectos específicos. No Brasil, como aconteceu com outros òrìsá, seu culto quase desapareceu. Certamente um fator que contribuiu para o esquecimento de Onilé no Brasil é o fato de que este Òrìsá não se manifesta através do transe ritual, não incorpora, não dança.


Os antigos povos que deram origem aos atuais Nagòs, de cujas tradições se moldou no Brasil, cultuavam uma entidade da Terra, a Terra-Mãe, que recebeu muitas denominações em diferentes aldeias e cidades que formam o complexo cultura.

Tempo

O tempo é tão importante que ele é um Orixá (e os africanos a muito sabem disso), tem um dito que diz O TEMPO DA, O TEMPO TIRA, O TEMPO PASSA E A FOLHA VIRA, muitas vezes precisamos que o tempo nos seja favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto e longo, com o bom uso do Tempo, muitas coisas se modificam, ou podemos modificar.

Em geral na frente das grandes casas de candomblé, principalmente em Salvador, existe uma grande árvore com raízes que saem do chão, e são envoltas com um grande alá( pano branco), este é um IROKO, que é fundamental necessidade a sua existência numa casa de candomblé.

Conhecido também como LOKO, e no Brasil como Orixá da Gameleira Branca, onde é feito seu ritual e suas oferendas, esta árvore foi trazida pelos africanos, mas pela sua existência com certa facilidade em regiões litorâneas, é possível que já existisse no Brasil.

Este Orixá não tem qualidades, é conhecido na angola como maianga ou maiongá.

Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da terra (Odudua) aos homens. Existe desde o princípio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu, a tudo resistirá.

Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra. Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado de Odudua, a Terra, que através dele ensina aos homens o sentido da vida.

É também a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência. O ciclo vital, que não muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde que saibamos reverencia-la e louvá-la. É também conhecido, nos candomblés como "Tempo", embora esta seja uma designação própria do rito angola. Diz o mito que no princípio de tudo, a primeira árvore nascida, foi Iroco. Iroko era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para o mal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas que passavam.

Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Um dia, as mulheres de uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das Iyami. Então elas foram Iroko e pediram fertilidade. Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso abrir espaço para receber dons, como é preciso perder as flores para receber os frutos. As mulheres concordaram e prometeram muitos presentes. Uma delas, contudo, tendo como única riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko esta criança. Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a que prometera a criança, pois ela amava muito o filhinho.

Iroko ficou muito zangado. E aguarO tempo é tão importante que ele é um Orixá (e os africanos a muito sabem disso), tem um dito que diz O TEMPO DA, O TEMPO TIRA, O TEMPO PASSA E A FOLHA VIRA, muitas vezes precisamos que o tempo nos seja favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto e longo, com o bom uso do Tempo, muitas coisas se modificam, ou podemos modificar.

Em geral na frente das grandes casas de candomblé, principalmente em Salvador, existe uma grande árvore com raízes que saem do chão, e são envoltas com um grande alá( pano branco), este é um IROKO, que é fundamental necessidade a sua existência numa casa de candomblé.

Conhecido também como LOKO, e no Brasil como Orixá da Gameleira Branca, onde é feito seu ritual e suas oferendas, esta árvore foi trazida pelos africanos, mas pela sua existência com certa facilidade em regiões litorâneas, é possível que já existisse no Brasil.

Este Orixá não tem qualidades, é conhecido na angola como maianga ou maiongá.

Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da terra (Odudua) aos homens. Existe desde o princípio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu, a tudo resistirá.

Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra. Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado de Odudua, a Terra, que através dele ensina aos homens o sentido da vida.

É também a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência. O ciclo vital, que não muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde que saibamos reverencia-la e louvá-la. É também conhecido, nos candomblés como "Tempo", embora esta seja uma designação própria do rito angola. Diz o mito que no princípio de tudo, a primeira árvore nascida, foi Iroco. Iroko era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para o mal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas que passavam.

Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Um dia, as mulheres de uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das Iyami. Então elas foram Iroko e pediram fertilidade. Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso abrir espaço para receber dons, como é preciso perder as flores para receber os frutos. As mulheres concordaram e prometeram muitos presentes. Uma delas, contudo, tendo como única riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko esta criança. Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a que prometera a criança, pois ela amava muito o filhinho.
Iroko ficou muito zangado. E aguardou o dia em que a criança brincava ao redor dele e a raptou. Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua promessa, ameaçando matar o outro filho que lhe dera caso ela retirasse "sua" criança dali. Então a mulher, desesperada, procurou o babalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira com as feições de uma criança, banhasse com determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo, substituísse a criança pelo boneco. E assim ela fez. Até hoje pode-se ver, nas gameleiras brancas o bebe de Iroko, repousando deitado em seus galhos.

dou o dia em que a criança brincava ao redor dele e a raptou. Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua promessa, ameaçando matar o outro filho que lhe dera caso ela retirasse "sua" criança dali. Então a mulher, desesperada, procurou o babalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira com as feições de uma criança, banhasse com determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo, substituísse a criança pelo boneco. E assim ela fez. Até hoje pode-se ver, nas gameleiras brancas o bebe de Iroko, repousando deitado em seus galhos.

Oriki - Poema


K'a má fi wàrà-wàrà n'okùn orò.


Ohun à bâ if s'àgbà,

K'a má if se'binu.

Bi a bá de'bi t'o tútù,

K'a simi-simi,

K'a wò'wajú ojo lo titi;

K'a tun bò wá r'èhìn oràn wo;

Nitori àti sùn ara eni ni.



Permita-me que eu não seja humilhado nesse mundo

Permita-me que eu não sofra com dificuldades materiais

Que eu tenha paz e sabedoria e jamais seja guiado pela raiva

Quando me encontrar em um lugar sereno e prospero,

permita que eu possa desfrutar dele.

Que eu possa prestar atenção na conseqüência de meus atos ,

construindo assim as bases para um futuro prospero e estável.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

RITUAIS FÚNEBRES



Embora, o assunto seja desagradável para muitas pessoas, os rituais mortuários, é um assunto que interessa a todos nós, pois, inexoravelmente um dia cada um de nós será a personagem principal como homenageado desses rituais, que espero esteja longe, desejo falar sobre parte dos rituais fúnebres, ou seja, do Àxèxé (corruptela brasileira do rituais Àjèjé, rituais fúnebres em homenagem aos caçadores, que depois extrapolou para outras categorias de pessoas).


Quando o falecimento de uma pessoa é repentino, via de regra não se está preparado para essa eventualidade, pois, nós somos um pouco auto confiantes e julgamo-nos onipotentes. Achamos que nada vai nos acontecer e estamos acima de tudo, e o que factível de atingir ao nosso vizinho, jamais nos atingirá; e ficamos naquele pensamento de: "Amanhã eu penso nisso...". Em nossa vida particular, na maioria das vezes, não deixamos testamento em cartório com os beneficiários estabelecidos ou simplesmente não adquirimos uma sepultura, gato natural como previdência, tendo em vista que mais cedo ou mais tarde faremos uso dela inexoravelmente.

Assim é também numa casa de Culto. pode-se assim dizer que em quase sua totalidade do número de casas a regra é a mesma, casas que às vezes, com dezenas ou centenas de filhos e filhas de santo, Ogán, Ekéjì, não há a preocupação de formar sucessores, caso venhamos a faltar repentinamente e nem herdeiros dos bens rituais, materiais e espirituais, o que quase sempre gera disputas e cisões dentro da casa, após a morte do ou da Aláxe. Por isso, quando morre alguém de grau hierárquico importante dentro da casa (Bàbá ou Ìyá Aláxe), o caminho primeiro a seguir é consultar o jogo, para encontrar o direcionamento ritual a seguir.

Quando já existe a perspectiva do desenlace a qualquer momento de maneira irreversível, o costume Afro-brasileiro é, se for Òrìxà feminino, de colocar-se água dentro do igbá. Mas, se for Òrìxà masculino o igbá deverá ser colocado dentro de uma bacia maior com água. Isto por causa da idéia de que o feminino seja a cabaça continente, aquela que contém a existência, neste caso, individualizada (por ser um igbá particular ou individual). E seguindo na mesma linha para o masculino, ele representa o conteúdo, aquele que é contido na água da existência, isto é, também em sua versão individualizada.

Após o desenlace, esta água do igbá deverá ser jogada na terra do lado de fora do terreiro. Em algumas casas, é colocada uma bacia grande junto à porta, onde com uma quartinha, uma pessoa da casa, geralmente mulher, "despacha" todas as pessoas que entram ou estão na casa. Depois disso, é que então junta-se àquela água da bacia a água do igbá do àdóxùu falecido. Aí, esta água é atirada à terra do lado de fora.

Ò simbolismo desse ato é o de que a água conteúdo da força individual daquela pessoas falecida, mistura-se com a água coletiva que contem o àxe da comunidade (egbe) e que ao ser atirada na terra, reintegra-se à coletividade novamente, perdendo assim aquela individualidade anterior. Isto para o caso dos igbá individuais, aos coletivos não se aplica.

Quando o terreiro tem uma casa de Egúngún o igbá vai para lá, onde fica coberto por um àlà (pano branco). Os igbá de Òòxààlà serão colocados sobre àkàsà brancos.

Costuma-se lavar o ìkúó (o morto) com àgbo de ervas de Egúngún e Òòxààlà ou de algum outro Òrìxà que tenha ligação com os ìmole (espíritos) da terra. Algumas pessoas têm o costume de misturar eje (sangue) nessa água de banho, cujo significado do banho é o falecido estar devidamente limpo e com boa aparência para que seja admitido na morada dos Ancestrais. Os Yorùbá acreditam que se o corpo não for lavado na cerimônia de partida, o morto não tomará lugar com os Ancestrais e se tornará um fantasma errante que eles chamam de Iwin ou Ìxekù, fantasma ou assombração de pessoa cuja tarefa está inacabada.

O corpo é preparado sacrificando-se primeiramente um galo ou uma galinha, dependendo se homem ou mulher, diz-se que a voz da ave seguirá o falecido para o outro mundo. o eje do sacrifício é reunido com o preparado de ervas (àgbo) e usado para lavrar o corpo. Talvez, daí o costume de lavar o corpo com eje entre os brasileiros. Após o banho o corpo é acomodado no caixão, onde pelos costumes Yorùbá, também já teria sido feito um sacrifício, que varia de acordo com o status do morto.

Então deverá ser feito um último eborí (oferenda à cabeça) levando uma série de coisas específicas. Este ritual é feito de maneira particular somente com pessoas iniciadas, e parentes próximos. O Aláxe faz os preceitos necessários.

Este último eborí tem duas finalidades principais: uma delas é a de liberar o Òrìxà daquele Orí, para que Ele "volte para sua casa", como no itan (história) "A lenda do Orí e a escolha do destino"; a segunda, é a última oferenda ra o Orí (cabeça), pois o Orí é o único que acompanha o seu devoto para até mesmo além da morte, também com referência ao mesmo itan, ainda na lenda do Orí e a escolha do destino. Esta última oferenda é para que ele faça sua viagem para o orun com tranqüilidade e tenha um bom regresso ao ayé ará-orun (o mundo dos cidadão do céu).

Este eborí (oferenda à cabeça) tem também o significado muito profundo para o Orí-inú (a cabeça interior de cada pessoa), que é o único Òrìxà realmente a acompanhar seu devoto para além da Morte. O Orí acompanhará a pessoa para o túmulo, de acordo com o Odù Ògúndá-Méjì, onde o Orí é descrito como um Deus, que além de nosso deus pessoal, suplica e intercede por nós perante os demais deuses. E que assim sendo, nada pode ser realizado por ou para qualquer homem, sem que seu Orí esteja de acordo com isso. Vindo daí a declaração:



Orí pèle


Atètè níran.


Atètè gbè'ní k'òòsà.


Kò sóòsà tí í dá'ní gbè


Leyìn orí ení.


Orí pele,


Orí àbíyè.


Oni Orí bá gbegboo re,


Ko yo sese!


Cabeça, Eu lhe saúdo!


Você que não esquece os seus devotos é Quem abençoa os seus devotos mais rapidamente que qualquer outro Deus.


Nenhum outro Deus abençoa um homem


Sem o consentimento do seu Orí.


Orí Eu lhe saúdo! É


Você quem permite aos filhos nascerem vivos,


Aquele cujo sacrifício é aceito pelo seu Orí,


Deve regozijar-me imensamente.

Itan Ifá


Gbalukogu, Gbalukogu e Ipakogunugun ja eru awon,

Foram eles que adivinharam para Eji Koko Iwori no dia em que ele vinha para a terra para ser o terceiro Odu.

Eji-Ogbe disse que não aceitava sua vinda e que não o deixaria ficar.

Oyeku-Meji também disse que não o deixaria ficar na terra.

Assustado com isso, Iwori-Meji foi então consultar seus adivinhos e lhes perguntou o que deveria fazer para que Eji-Ogbe e Oyeku-Meji o deixassem viver na terra.

Disseram a ele que providenciasse os seguintes elementos para aumentar sua força: folha de gbegbe, folha de tete, folha de ekuya e carneiro. Pediram que trouxesse também um pilão de madeira e uma pedra grande. Com tudo isso em mãos, os adivinhos começaram a fazer o ebó para ele.

Durante o ritual de ebó os adivinhos entoavam encantamentos para evocar os princípios vitais dos elementos usados no ebó. Assim. eles prosseguiam dizendo:

O local em que não se quer que a folha gbegbe brote é ali mesmo que ela brota e fica.

O local em que não se quer que a folha tete brote é ali mesmo que ela brota e fica.

O local em que não se quer que a folha ekuya brote é ali mesmo que ela brota e fica até a morte.

Afirmaram que por mais forte que seja um vento, ele não consegue levantar um pilão e que vento algum poderá levar uma pedra.

Viveremos juntos nessa terra.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

Busquei força vital para isso.

É exatamente no local em que não querem que a folha gbegbe fique é ali que ela ficará.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

É exatamente no local em que não querem que a folha tete fique é ali que ela ficará.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

É exatamente no local em que não querem que a folha ekuya fique é ali que ela ficará.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

Nenhum vento consegue levantar um pilão.

Viveremos juntos nessa terra.

Nenhum vento consegue levar uma pedra.

Viveremos juntos, nessa terra.


Interpretação: Este itan aplica-se para pessoas que estão passando por um processo de rejeição por parte de outrem em qualquer setor da vida.

Bábà Olúdàré