O azeite de dendê desfruta de relevante papel histórico
A herança cultural legada pela África negra ao Brasil e, especialmente à Bahia, é extensa. O dendê faz parte desse patrimônio. Com uma importante função social e econômica para grupos étnicos africanos que foram escravizados no Brasil, o dendezeiro acabou por conquistar o mesmo status em território brasileiro.
“O dendê veio para o Brasil como uma exigência do contingente escravo. Os negros africanos já consumiam o vegetal em sua terra natal, portanto, eles foram os responsáveis por introduzir na Bahia o hábito de usar o dendê como alimento”, explica Vilson Caetano, pós doutor em Antropologia pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
O consumo levou, posteriormente, à adoção das práticas milenares de extração do azeite, que eram conhecidas por esses povos, assumindo significativa importância econômica. “ Aliada a isso tivemos também a sua importância no campo simbólico e religioso, principalmente durante o século XVIII”, completa o antropólogo.
Travessia - Além de já fazerem uso culinário do dendê, durante a viagem pelo Oceano Atlântico para chegar ao Brasil, os africanos escravizados recebiam como alimento a amêndoa e a polpa extraídas do dendezeiro.
Esses alimentos acabaram também por servir como um complemento da dieta alimentar fornecida pelos proprietários de escravos. O descarte das sementes pelos negros africanos originaram os primitivos dendezais subespontâneos na flora brasileira.
O hábito de consumo do dendê na Bahia originou também o surgimento de um mercado local e, consequentemente, o aumento da demanda pelo produto, que foi responsável pela expansão comercial do azeite tanto para o uso culinário como religioso.
Para atender à procura, começou na Bahia uma intensa produção do azeite, principalmente em regiões do Recôncavo, gerando impacto socioeconômico a partir da atividade, devido a sua elevada capacidade para gerar emprego e renda. “O dendê desempenhou um papel muito importante na economia entre a África e a diáspora, principalmente a partir da proibição do tráfico de escravos”, diz o doutor em História Ubiratan Castro de Araújo.
Indústria - Já no século XX, a partir da década de 1950, a produção comercial do dendê ganhou proporções maiores, com o advento das usinas industriais. Inicialmente ocorreu a substituição do sistema tradicional artesanal pela pequeno digestor motorizado, que permitiu a produção em massa do azeite de dendê.
Em decorrência do forte uso no sistema de exploração agroindustrial, o óleo de dendê estabeleceu-se no mercado mundial, sendo utilizado como matéria-prima para os mais diversos segmentos industriais.
Hoje, o maior produtor de óleo de dendê do mundo é a Malásia, tanto em quantidade como na qualidade. O país também concentra a maior plantação mundial da palmeira.
Na América Latina, a Colômbia é o principal produtor. No Brasil, o estado que mais produz o óleo retirado do dendê é o Pará, responsável por cerca de 150 mil toneladas.
“O dendê veio para o Brasil como uma exigência do contingente escravo. Os negros africanos já consumiam o vegetal em sua terra natal, portanto, eles foram os responsáveis por introduzir na Bahia o hábito de usar o dendê como alimento”, explica Vilson Caetano, pós doutor em Antropologia pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
O consumo levou, posteriormente, à adoção das práticas milenares de extração do azeite, que eram conhecidas por esses povos, assumindo significativa importância econômica. “ Aliada a isso tivemos também a sua importância no campo simbólico e religioso, principalmente durante o século XVIII”, completa o antropólogo.
Travessia - Além de já fazerem uso culinário do dendê, durante a viagem pelo Oceano Atlântico para chegar ao Brasil, os africanos escravizados recebiam como alimento a amêndoa e a polpa extraídas do dendezeiro.
Esses alimentos acabaram também por servir como um complemento da dieta alimentar fornecida pelos proprietários de escravos. O descarte das sementes pelos negros africanos originaram os primitivos dendezais subespontâneos na flora brasileira.
O hábito de consumo do dendê na Bahia originou também o surgimento de um mercado local e, consequentemente, o aumento da demanda pelo produto, que foi responsável pela expansão comercial do azeite tanto para o uso culinário como religioso.
Para atender à procura, começou na Bahia uma intensa produção do azeite, principalmente em regiões do Recôncavo, gerando impacto socioeconômico a partir da atividade, devido a sua elevada capacidade para gerar emprego e renda. “O dendê desempenhou um papel muito importante na economia entre a África e a diáspora, principalmente a partir da proibição do tráfico de escravos”, diz o doutor em História Ubiratan Castro de Araújo.
Indústria - Já no século XX, a partir da década de 1950, a produção comercial do dendê ganhou proporções maiores, com o advento das usinas industriais. Inicialmente ocorreu a substituição do sistema tradicional artesanal pela pequeno digestor motorizado, que permitiu a produção em massa do azeite de dendê.
Em decorrência do forte uso no sistema de exploração agroindustrial, o óleo de dendê estabeleceu-se no mercado mundial, sendo utilizado como matéria-prima para os mais diversos segmentos industriais.
Hoje, o maior produtor de óleo de dendê do mundo é a Malásia, tanto em quantidade como na qualidade. O país também concentra a maior plantação mundial da palmeira.
Na América Latina, a Colômbia é o principal produtor. No Brasil, o estado que mais produz o óleo retirado do dendê é o Pará, responsável por cerca de 150 mil toneladas.
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